sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Sorrateira

Se fugir fosse a solução
tudo seria felicidade desde que aprendi a andar.
Caminhar e fugir são o mesmo verbo pra mim.
Ando tanto, sem rumo, com qualquer sapato.
Já tentei bater corrida com minha sombra,
despistar as angústias, fazer a mente se perder.
Mas todos sabem o caminho de casa.

Agora eu ando bem devagar,
com os pés meio doídos de tropeçar.
Já conheço todas as trilhas e não olho mais o chão,
coloco meus olhos no mundo, nos outros.
Carrego o coração na mão e alguns beijos atrás da orelha.

domingo, 18 de setembro de 2011

E se não for nada?

Todo esse "e se" não leva a nada!
Temos ou não temos um ao outro.
É claro que não temos coisa nenhuma,
só desgosto, só desespero.
Andamos em círculos sobre velhos passos,
quando vamos pisar nosso próprio caminho?

Você quer pegadas, você quer espinhos,
eu, sozinha, vou seguindo.
Eu quero o mar, eu quero a lua,
eu quero andar nua!
Corremos tanto pra quê?
Veja, a verdade está bem aqui.
Não adianta, não me segure.
No seu mundo eu já morri.